- 28 de Fevereiro, 2014
O PS acusou
hoje o Governo de querer esconder dos portugueses o "resultado
fundamental" da 11.ª avaliação da troika ao programa de ajustamento
português, lembrando que a "verdade" passará por mais cortes nos
próximos anos.
"O país
teve mais do mesmo [na 11.ª avaliação]. Terá ainda cortes para implementar em
2014, mais cortes adicionais para implementar em 2015, e ainda mais cortes para
implementar em 2016", disse Eurico Brilhante Dias, membro do Secretariado
Nacional do PS.
Apesar do
"esforço de ocultação" do Governo, "é evidente que o resultado
são mais cortes, adverte o socialista, que depois critica a
"propaganda" do Governo.
O Governo
vem dizendo que há boas notícias. Mas as boas notícias não servem para mascarar
o essencial. O país não cumpriu os objectivos de dívida pública, défice,
crescimento do PIB. O país não cumpre os objectivos de desemprego",
declarou Eurico Brilhante Dias.
O não
cumprimento destas metas leva a uma confrontação com a troika que reclama mais
cortes do Estado português, e o Executivo liderado por Pedro Passos Coelho
"está disponível para aplicá-los", diz o PS.
O Governo
português comprometeu-se a apresentar nas próximas semanas novas medidas,
cortes à 'troika'.E o cheque ficou condicionado à apresentação dessas medidas
do Governo", sublinhou o membro do Secretariado Nacional do partido.
Eurico
Brilhante Dias disse ainda que o PS "nunca teve dúvidas" que o fim do
programa de resgate é o dia 30 de Junho de 2014, tendo feito essa pergunta aos
elementos da troika que estiveram em Portugal para a 11.ª avaliação.
É óbvio que
aquilo que está nos documentos é o fim do primeiro semestre de 2014. E por isso
tivemos a óbvia notícia: o dia 17 de Maio, os cronómetros que vêm sendo
plantados pelo mais, não são mais que propaganda eleitoral", disse o
socialista.
Sobre os
apelos do Governo aos consensos com o PS, Eurico Brilhante Dias diz que o
Executivo tem um "confronto com a sociedade portuguesa e não com o
PS", que "há mais de dois anos e meio que vem dizendo que a
estratégia está errada".
Durante
estes anos, nunca o PS foi ouvido. Nunca foi relevante considerar as propostas
do PS. Sistematicamente as nossas propostas foram recusadas na Assembleia da
República. Mesmo quando o PS procurou entendimentos (?) isso foi recusado.
Quando o Presidente da República propôs um acordo interpartidário para o pós-troika,
mais uma vez as nossas propostas foram recusadas", recordou o secretário
nacional do PS.
O Governo
apresentou hoje em conferência de imprensa as conclusões da 11.ª avaliação da
troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão
Europeia) do programa de assistência financeira a Portugal.
Sem comentários:
Enviar um comentário