A SELVA, UM POEMA DE VIDA REAL, QUE O VI POR AQUI ENCONTRAR, HÁ PERTO DE TRINTA ANOS!...

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A SELVA, NA SELVA SEM QUERER ENTREI,  COM MUITO MEDO FIQUEI, ATÉ QUE – ME HABITUEI, NÃO PODIA RECUAR, POR QUE PARA TRAZ NADA VIA!...

FICAVA PARA TRÁS A PICADA, O SOL QUE ME QUEIMAVA, O SUOR QUE ME ESCORRIA, QUE DO CORPO ME SAIA!...

A POEIRA DO CAMINHO, QUE A MIM ME ENVOLVIA, E EU QUE JÁ POUCO VIA, OLHAVA O CÉU E DIZIA. DEUS ME AJUDE NESTE DIA; PARA MIM DESESPERADO, COM O CORPO JÁ CANSADO POR, ENTRE O CAPIM CAMINHAR!...

A SELVA TINHA QUE ATRAVESSAR, E DE SELVAGEM, NADA TINHA, MAS, TIVE QUE APRENDER, SE QUERIA SOBREVIVER, SELVAGEM EU TINHA QUE SER.

POR AQUELA SELVA INFERNAL, ENTÃO ME LEMBRAVA ASSIM, RECEBI MUITA INSTRUÇÃO, SEMPRE DE ARMAS NA MÃO, PARA TER QUE COMBATER, ENTÃO FINS UMA JURA A MIM MESMO, SELVAGEM EU VOU ME TORNAR, COM AS FORÇAS DO MEU SER, PARA ASSIM SEMPRE PODER, CADA DIA SOBREVIVER.

PENSAVA NO DIA HÁ DIA, AQUI NÃO SOU DE NINGUEM, E SE CASO VIA ALGUÉM DE TODOS DESCONFIAVA.

A GUERRA ONDE EU ESTAVA, NÃO DAVA Pra FACILITAR .

­ALERTA EU TINHA QUE ESTAR, FOSSE NOITE OU FOSSE DIA, POIS CADA MÊS QUE PASSAVA, NO CALENDÁRIO RISCAVA COM SANGUE FRIO E CORAGEM, TORNANDO– ME CADA VEZ MAIS UM SELVAGEM, PARA ASSIM SOBREVIVER!..

AO ME TORNAR SELVAGEM, NÃO ME PERGUNTEM POR QUE?

POIS EU, NÃO SEI DIZER, FOI O QUE ME OBRIGARAM A SER, NO CUMPRIMENTO DO DEVER, DA MINHA PÁTRIA HONRAR!...

MAS HOJE NINGUÉM QUER SABER, DE TÃO GRANDE O MEU PENAR, DEPOIS DA SELVA DEIXAR, SELVAGEM EU TIVE QUE FICAR!...

ATÉ QUE A MORTE, ME VENHA BUSCAR!..

POEMA DA VIDA REAL DO AUTOR. Rodolfo Belmonte Santos. COMBATENTE EM ANGOLA DE, 1964 A 1968, PARA A MINHA SEMPRE RECORDAÇÃO ENQUANTO VIVER,  ATÉ QUE A MORTE SE LEMBRE DE ME LEVAR. Beijos & Abraços

Rodolfo Belmonte Santos