22 de abril de 2018

Jardim Botânico regressa à vida na cidade. ***** NEM TUDO É MAU CAROS LEITORES, QUE SE VAI PASSANDO NA CAPITAL DE PORTUGAL, ORA LEIAM QUE MARAVILHA.

Obras de recuperação duraram cerca de ano e meio e foram financiadas pelo Orçamento Participativo do município

Percorrem-se os caminhos térreos ladeados de espécies raras e de copas altas e, à medida que nos embrenhamos neste pequeno pulmão verde, no centro da cidade, os ruídos do bulício urbano vão-se esbatendo: a natureza impõe-se, com os seus próprios ruídos, da água e do vento, e das aves que ali procuram refúgio. Depois de ano e meio em obras, para a reparação de caminhos, gradeamentos, bancos e sistemas de rega, o Jardim Botânico de Lisboa, na Rua da Escola Politécnica, regressou ao convívio dos cidadãos. A sua reabertura é assinalada este domingo pelo município e pela Universidade de Lisboa.

Criado em meados do século XIX como jardim científico, repositório vivo da flora dos quatro cantos do mundo, que ali é estudada e cuidada - "só não temos espécies da Antártida", explica o biólogo Manuel João Pinto, que ali trabalha há duas décadas -, o Jardim Botânico passou a fazer parte da vida da cidade em 1873, quando a sua plantação se iniciou, por iniciativa do Conde Ficalho e de Andrade Corvo, então professores da Escola Politécnica.

Com os seus cinco hectares, a área aproximada de cinco campos de futebol, o jardim passou por momentos bons e menos bons - a construção do túnel do Rossio, no final do século XIX, foi um dos momentos críticos. Em 2010, no mesmo ano em que foi classificado como Monumento Nacional, e depois de lento declínio, o jardim tinha chegado a um impasse. "Deixámos de ter jardineiros próprios, o que é essencial porque estas plantas têm de ser cuidadas por profissionais com formação específica, e tivemos de recorrer a uma empresa externa", conta Manuel João Pinto.

Por outro lado, a degradação dos espaços, incluindo os caminhos, gradeamentos e bancos tinha-se acentuado. Era necessário fazer qualquer coisa para travar um declínio que parecia imparável. Foi então que surgiu, de um grupo de cidadãos, a ideia de utilizar o Orçamento Participativo para recuperar o jardim. A candidatura, no valor de meio milhão de euros, foi aprovada pelo município em 2013 e o jardim fechou para obras no final de 2015. Deveria ter reaberto em 2016, mas "a complexidade e delicadeza da intervenção naquele espaço com mais de 1400 espécies, algumas raras, causou o atraso", explica ao DN José Sá Fernandes, vereador do Ambiente, Estrutura Verde, Clima e Energia da Câmara Municipal de Lisboa. "Valeu a pena pelo resultado final", diz. "A sensação que tenho é que as pessoas não vão perceber a intervenção, de tal forma ela está em harmonia com espaço, o que é para mim um grande orgulho", sublinha. "Foi uma parceria excelente entre a câmara e o jardim botânico", diz o vereador, que quer fazer de Lisboa um exemplo de cidade europeia que respira nos seus espaços verdes. Já em maio a câmara promove um congresso científico sobre jardins botânicos e, para 2020, prepara um congresso mundial em Lisboa, dedicado ao mesmo tema.

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