Obras de recuperação duraram cerca de ano e meio e foram financiadas pelo Orçamento Participativo do município
Percorrem-se os caminhos térreos ladeados de espécies raras e de copas altas e, à medida que nos embrenhamos neste pequeno pulmão verde, no centro da cidade, os ruídos do bulício urbano vão-se esbatendo: a natureza impõe-se, com os seus próprios ruídos, da água e do vento, e das aves que ali procuram refúgio. Depois de ano e meio em obras, para a reparação de caminhos, gradeamentos, bancos e sistemas de rega, o Jardim Botânico de Lisboa, na Rua da Escola Politécnica, regressou ao convívio dos cidadãos. A sua reabertura é assinalada este domingo pelo município e pela Universidade de Lisboa.
Criado em meados do século XIX como jardim científico, repositório vivo da flora dos quatro cantos do mundo, que ali é estudada e cuidada - "só não temos espécies da Antártida", explica o biólogo Manuel João Pinto, que ali trabalha há duas décadas -, o Jardim Botânico passou a fazer parte da vida da cidade em 1873, quando a sua plantação se iniciou, por iniciativa do Conde Ficalho e de Andrade Corvo, então professores da Escola Politécnica.
Com os seus cinco hectares, a área aproximada de cinco campos de futebol, o jardim passou por momentos bons e menos bons - a construção do túnel do Rossio, no final do século XIX, foi um dos momentos críticos. Em 2010, no mesmo ano em que foi classificado como Monumento Nacional, e depois de lento declínio, o jardim tinha chegado a um impasse. "Deixámos de ter jardineiros próprios, o que é essencial porque estas plantas têm de ser cuidadas por profissionais com formação específica, e tivemos de recorrer a uma empresa externa", conta Manuel João Pinto.
Por outro lado, a degradação dos espaços, incluindo os caminhos, gradeamentos e bancos tinha-se acentuado. Era necessário fazer qualquer coisa para travar um declínio que parecia imparável. Foi então que surgiu, de um grupo de cidadãos, a ideia de utilizar o Orçamento Participativo para recuperar o jardim. A candidatura, no valor de meio milhão de euros, foi aprovada pelo município em 2013 e o jardim fechou para obras no final de 2015. Deveria ter reaberto em 2016, mas "a complexidade e delicadeza da intervenção naquele espaço com mais de 1400 espécies, algumas raras, causou o atraso", explica ao DN José Sá Fernandes, vereador do Ambiente, Estrutura Verde, Clima e Energia da Câmara Municipal de Lisboa. "Valeu a pena pelo resultado final", diz. "A sensação que tenho é que as pessoas não vão perceber a intervenção, de tal forma ela está em harmonia com espaço, o que é para mim um grande orgulho", sublinha. "Foi uma parceria excelente entre a câmara e o jardim botânico", diz o vereador, que quer fazer de Lisboa um exemplo de cidade europeia que respira nos seus espaços verdes. Já em maio a câmara promove um congresso científico sobre jardins botânicos e, para 2020, prepara um congresso mundial em Lisboa, dedicado ao mesmo tema.
Rodolfo Belmonte Santos.Quem sou, donde vi e, para onde vou!... Autor da Autobiografia Um Português Assim. PINTOR CONTEMPORÂNEO & AGUARELISTA.
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