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na vida ser pintor e decorador de interiores.
Por imposição da guerra colonial, os meus cursos ficaram por terra, tudo na minha vida se transformou.
E criei a minha forma de pintar sempre com os meus próprios traços.
Tenho uma forma presente na minha vida, o respeito por os coleccionadores e não só, por todas as pessoas que tem quadros meus, e não são muitas pois, nunca deixei banalizar a minha obra o meu nome, por muitas dificuldades que tenho tido na vida.
A isto se chama brio profissional.
Perguntem por galeristas, por museus, por antiquários, quantos são que tem quadros meus, quantos conhecem o meu nome.
No bairro onde vivo em Lisboa, já chegamos a ser cerca de uma dúzia de pintores hoje só estou eu vivo.
Não sou apresentador de televisão, nem outros cargos semelhantes de grande destaque,
por onde se ganha, milhares e milhares de euros por mês.
Não, vivo prestes a fazer setenta e um anos, com trezentos euros de pensão miserável por mês.
Mas tenho direito a viver ó não?
O leopardo quando morre, deixa a sua pele e, o homem tem que deixar a sua dignidade e, o seu carácter.
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